– Texto de Robson Ribeiro – Professor de Ensino Religioso do Colégio dos Santos Anjos

O mês de maio é destinado às celebrações de Nossa Senhora com diversos títulos. O tema da Campanha da Fraternidade de 2022 nos ajuda a refletir sobre a realidade da vida e da educação.  Com o tema “Fraternidade e Educação” e como lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31, 26). A CF 22 no texto base nos apresenta a questão de Maria como a colaboradora para a promoção do “desenvolvimento pessoal integral, a formação para a vida fraterna e a cidadania” (Texto Base n° 05).

Maria é a grande educadora da sabedoria que vivia com integridade e fidelidade os valores da sua condição, além de perceber a importância da fé, da verdade, da justiça e da fraternidade.Dessa forma, a Campanha da Fraternidade nos convida a escutar os ensinamentos de Cristo, que se coloca como servo e atento aos que mais precisam. Ele é o modelo, ele é o Educador que nos dá a condição de aprender com nossas realidades e em nossos contextos, ou seja, aprender sobre os fundamentos do ato de educar observando a realidade de cada um.

Por isso “uma educação humanizada não pode limitar-se a fornecer um serviço de formação, mas também cuidar dos seus resultados no horizonte das capacidades pessoais, morais e sociais dos participantes no processo educativo. Não se pede simplesmente ao professor para ensinar e ao aluno para aprender, mas exorta cada um a viver, estudar e agir de acordo com as premissas do humanismo solidário.” (Texto Base, nº 227).

Maria, diante da realidade, do contexto e da vida em comunidade apresenta-nos seu testemunho de fé e de vida. Cuidou de Jesus, ensinou a fé do seu povo e, diante das dúvidas e dificuldades deu o seu sim como testemunho sólido de fé e vida.

Desta forma, diante do contexto Maria soube educar, compreender Jesus e, também sofreu com a realidade que viveram, principalmente na infância, quando Jesus fica no templo se distanciando de seus pais. Na passagem de Lucas 2,41-52 temos o relato de Jesus que fica no templo, após sua família e a comunidade terem ido a Jerusalém para a festa da Páscoa. Ao retornar, José e Maria, encontraram Jesus no templo, sentado entre os doutores da lei e perguntando-lhes sobre as escrituras.

Os pais de Jesus o questionaram porque tinha ficado para trás pois estavam preocupados e Jesus responde: “Não calcularam que estaria aqui no templo, na casa do meu Pai, pois preciso tratar dos seus assuntos?” e no versículo 51 afirma que: “Jesus voltou com os pais para Nazaré e era-lhes obediente. E a sua mãe guardava todas estas coisas no coração.”

De fato, nesta realidade, Jesus aprendeu pelo exemplo de seus pais, a sua vocação foi sendo moldada através dos exemplos de trabalho, oração, serviço missionário, partilha de caridade com os mais necessitados e a solidariedade.

Neste aspecto é essencial observar os ensinamentos de Maria que não desamparou seu filho, acolheu os primeiros passos, as primeiras palavras, as primeiras orações, os conselhos e orientações, a interação dos sentimentos, das tarefas do dia-a-dia, além de coloca-lo sempre atento aos desígnios de Deus. Maria não deixou de acreditar em seu filho e o segui até a cruz, momento que para muitos seria o fim mas que foi a grande vitória.

Assim é essencial refletir o papel de educadora que Maria exerceu ao longo de sua vida, pois Educar além de promover uma condição de liberdade “supõe proximidade, sem a qual não é possível um verdadeiro encontro. A escuta permite encontrar o gesto e a palavra que nos desinstala da condição de espectador.” (Texto Base, nº 26). Para tanto, é nesta proposta de escutar que Jesus transforma a sociedade de sua época, sua pedagogia é a escuta daqueles que o buscam. Essa escuta vem do exemplo de sua mãe que o escutava e observava sua vida.

Por isso é necessário reforçar a presença de Maria e a questão da Campanha da Fraternidade. “Trabalhar por uma educação que promova a vida acima de qualquer outro valor, ajudando a resgatar a dignidade de cada pessoa humana, em um exercício permanente de fraternidade e solidariedade contribuirá para o surgimento e desenvolvimento de uma nova humanidade”. (Texto Base, nº 122).]

Que Maria seja nossa força e nos ajude a seguir em frente por uma educação mais humana e comprometida com os mais necessitados.