Às vésperas do ENEM – O Caminho de Encontros
05/11/2025
Por Prof. Robson Ribeiro
Às vésperas do ENEM, milhares de jovens se preparam, revisam conteúdos e buscam dar o melhor de si em uma das etapas mais desafiadoras da vida escolar. Mas este tempo não deve ser marcado apenas pela ansiedade da prova: é também um tempo de reflexão e redescoberta do propósito de estudar.
Vivemos em uma era paradoxal. A geração que se prepara para o ENEM é, ao mesmo tempo, a mais conectada e a mais dispersa da história. Está sempre online, mas muitas vezes distante de si mesma. A tecnologia abriu horizontes, mas também estreitou os espaços do silêncio e da introspecção. Em meio a tantas vozes e estímulos, tornou-se difícil ouvir a mais importante de todas: a voz interior, aquela que dá sentido ao esforço e ao sonho.
Há momentos em que o professor está ali, mas parece invisível; fala, mas não é escutado. O aprendizado, em muitos casos, transformou-se em uma rotina automática, desprovida de encantamento. No entanto, aprender é um ato de vida, e o estudo, quando feito com propósito, é uma forma de resistência contra a superficialidade que domina nosso tempo.
Guimarães Rosa, em sua sabedoria poética, escreveu: “O que a vida quer da gente é coragem.” Mais do que decorar fórmulas ou relembrar datas, o verdadeiro desafio é redescobrir o sentido do aprendizado. Estudar não é apenas acumular informações, é cultivar a mente e o coração. É criar vínculos com o conhecimento e com a própria história. Por isso, este momento deve ser visto como um caminho de encontros: encontro consigo mesmo, com o próprio esforço, com os sonhos e com aqueles que, como professores e familiares, acompanharam essa jornada.
Desta forma é o momento de enaltecer o estudo que é mais do que uma etapa: é um gesto de amor pela vida e pelo futuro. Que cada estudante leve consigo não apenas o que aprendeu nos livros, mas também a certeza de que está trilhando um caminho de crescimento e coragem. Porque, como também ensinou Guimarães Rosa, “o que importa na vida não é o ponto de partida, mas a caminhada.”